terça-feira, 31 de março de 2009

Big Fish Little Pond

Isto é um conceito da Psicologia Social que interessa pouco para o assunto. Aquilo que eu quero falar hoje, Tárina, é de histórias! Ou estórias para ser mais correcto e mariquinhas com o Português.

No outro dia estava a ver o Big Fish, um dos melhores filmes que vi até ontem e dei por mim a pensar - este post podia acabar aqui - na importância que as histórias têm na vida das pessoas. Nós somos histórias, mais ou menos fantasiadas ou reais, mais ou menos felizes ou infelizes, num ou noutro momento de cada conto. A nossa narrativa, a qual podemos partilhar quando formos velhos ou novos, está constantemente em contacto com as dos outros tornando-se uma história comum. Assim podemos ser nós ou outros a contar a mesma história com o mesmo entusiasmo saltando ou introduzindo o nosso próprio pormenor. A idiossincrasia trata de a espectacularizar!

O Edward Bloom, o tipo do filme, era realmente um bom contador de histórias, como o é ainda melhor o Tim Burton. Mas o que é certo é que sabendo contá-las ou não, todos temos histórias para contar. Nossas sozinhos (será mesmo?) e nossas com outros. A Brandi Carlile diz, embora numa gritaria desenfreada e irritante, stories don't mean anything when you've got no one to tell them to, pois que eu digo, stories don't even happen when you've got no one to live them with. O Alexander Supertramp tinha razão só é pena ser burro: happiness is real only when shared.

As histórias são sempre verdadeiras, mais ou menos floreadas. O bom da coisa é podermos contá-las a alguém. Aliás, Tárina, o bom da coisa é podermos vivê-las com alguém e depois contá-las.


terça-feira, 24 de março de 2009

Serafim e Companhia

Meus caros, anda por aí um tipo que dá pelo nome de Serafim. Este individuo canta cantigas no Canal Panda e é um dos novos amigos da pequenada. Cuidado com este gajo!

Um dos seus grandes hits é sobre a família em viagem, cujo clip nos possibilita conhecer a dita congregação familiar. Esta é constituída pelo Serafim, dois irmãos, o Simão (idade pelos 8) e a Rita (idade pelos 5). A mãe, (chamemos-lhe Odete, com os seus 35) e o pai (que terá uns 40, Albano, por exemplo). Até aqui tudo bem. Nada de estranho a não ser o facto deste tal de Serafim, que se diz filho do Albano e da Odete, não dever ter menos que os seus 20/25 anos!!

Ninguém acha isto estranho??? Então anda um tipo, jovem adulto, metido nas vossas casas e vocês não acham estranho? Ainda por cima é um gajo que tem o cabelo roxo, usa chapéu de palhaço e gravata!!

Albano, e isto agora é especialmente para ti, não ficaste intrigado que a Odete te tenha apresentado o vosso primeiro filho como uma criança precoce que nasceu com aspecto pós pubere? E por que raio o Serafim ainda tem de dormir com a mãe, sempre no quarto dos hóspedes? Se calhar já é grandinho para ter medo do escuro, não? Outra coisa, a única mulher que tem filhos sem ter estado grávida ou pelo menos sem que nenhum homem lhe tenha tocado foi a Virgem Maria. Abre os olhos meu amigo. Mete esse tipo fora de casa bem como a cadela da tua esposa. Isto é uma vergonha! Protege os teus (?) filhos deste animal.

Vamos lá ter um pouco de decência e arranjem uma familia convencional para cantar para as crianças que estas modernices não levam a lado nenhum...

Por falar em modernices, jamais usem o preservativo porque anda para aí muita doencinha má! Ui ui. Não querem o dói-dói pois não? Então, vá de retro oh Latex do Inferno!
Eu que vos veja a fazer o amor sem ser para fins de procriação como diz a palavra do Senhor. Do Senhor Papa, leia-se. Que o Jesus tinha mais em que pensar.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Onomatopeias importantes e seus significados

Aqui vai o meu modesto contributo para o futuro dicionário da Língua Portuguesa. Não vou usar coisas do acordo ortográfico, mas apenas porque não as sei.

Humpf – Expressão arrogante de indiferença face a alguém ou algo.

Blherc – Expressão de insatisfação ou asco face algo potencialmente comestível. Animal, vegetal ou humano, vivo ou morto.

Humm – O contrário de Blherc podendo ser usado face aos mesmos elementos.

Weeee – Expressão de satisfação usada apenas quando se desce por um escorrega, de água ou não.

Arrg – Expressão de quem está a ser apertado no pescoço ou genitais.

Aahh – Expressão do assassinato da sede ou da libido.

Shlep – Expressão utilizada passando a língua ao longo dos lábios soltando algumas gotas de saliva mas que no fundo quer dizer o mesmo que “Humm”. É a hipérbole do “Humm” usada principalmente em meios rurais ou por classes sociais mais baixas.

Yyyrraaaahhh – Expressão com várias utilizações. Na América é usada durante os rodeos. No nosso país é especialmente comum no êxtase de relações sexuais com animais da quinta.

Ui – Expressão utilizada quando tocamos em urtigas. Quando repetida (“ui ui”) representa a aproximação de algo muito bom ou muito mau.

Oooh – Expressão utilizada quando alguém se depara com um, ou mais, indivíduos a praticar o coito entre si (ou sozinhos).

Brrrr – Expressão de frio ou arrepio. Muito frequente na comunidade gay e espírita.

Rrraauu – Expressão felina de afecto por indivíduos da espécie Humana, o mesmo que, “rrrrrr” ou “grrrr” ou “grrau”

Nheguet – Expressão de buzina quando um individuo toca noutro no nariz ou seio.

Arrruaaa – Expressão complementar a “Nheguet” com o mesmo significado

As abelhas voam em 8...

... quando podiam voar em linha recta. Isto pode parecer estúpido mas tem uma função. Indica onde estão as flores. É útil!

O que não é útil é andar a subir rios inteiros para por ovos, sabendo que provavelmente os ursos nos vão comer e a grande parte da nossa família.

O que não é útil, sendo eu um animal com 100 anos, que só me consigo movimentar dentro de água ir por ovinhos na areia onde a minha velocidade máxima deve rondar os 2 Km/hora

O que não é útil é apaixonarmo-nos sempre e constantemente por pessoas que não podemos/devemos ter.

Há animais muita burros!


PS: este Post foi encomendado, na realidade é uma mariquice

Duelos épicos - Smackdown

David vs. Golias - Ganha o David porque atirava pedras melhor

Benfica vs. Sporting - Ganha o Benfica

Ditador Fascista (Adolfo) vs. Ditador Comunista (José) - Ganha o Comunista porque conseguiu matar mais de surra que o outro, para além de que é mais difícil matar da União Soviética ao México do que da Alemanha à Polónia.

Eládio Clímaco vs. Serenela Andrande - Ganha a Serenela porque teve mais homens que o seu adversário para seu grande lamento. Perde duas vezes este Eládio servindo-lhe de consolação o facto de apresentar os Jogos Sem Fronteiras bem bem.

Maomé vs. Jesus - Ganha o Maomé porque passou dos 35 e tinha mulher e filhos.

Eu vs. Tu - Ganho eu pelo mesmo critério usado no Benfica vs. Sporting.

Mãe vs. Pai - Empate técnico porque depende da idade.

Hi5 vs. Facebook - Empate técnico porque depende da idade e da disponibilidade.

Penelope Cruz vs. Nicole Kidman - Ganha a espanhola porque é mais gira e por conseguir, se assim o desejar, apresentar um ar extremamente ordinário.

Nascidos nos anos 80 vs. Nascidos nos Anos 70 - Ganha os 80's porque foi quando eu nasci. Além disso temos os ícones musicais gays todos connosco: Culture Club, Wham, Frankie Goes to Hollywood, etc. (não sei ao certo se este argumento vale alguma coisa ou se apenas abona a favor dos 70's)

Mickey vs. Topo Gigio - Ganha o Mickey porque só eu e mais umas centenas de pessoas é que sabemos quem é o Topo Gigio


domingo, 22 de março de 2009

Eis dois exemplos

Exemplo número dois:
- Olha queres que vá ter contigo agora?
- Não... vem quando quiseres
-Ok, então vou ter com o pessoal e já passo aí...
... ... ... ... ... ... ...
- Não me falas?
- Não preferiste ir ter com os teus amigos?

Exemplo número um (mais agressivo?):

- Tenho os pés frios
- An?
- Tenho frio nos pés!
- Ah bom! E então?
- Chega-te...
- Cala-te e dorme!
- Chega-te, vá!
- Chego-te é a roupa ao pelo!
- Que besta!
..... ..... .... ..... ......
- A ver se dormes ou não dormes! Já não estão frios os pézinhos???

Atenção: isto tem pouco a ver com o facto de alguns de nós sermos homens e outros mulheres. Se as dificuldades relacionais se resumissem à diferença entre géneros, então os casais gays seriam perfeitos!

Zzzztá!

Andamos sempre a morder caroços quando devemos saborear as cerejas, diz o Jorge, eu só imito. Mas é um bom mote para chegar ao meu tema preferido: relações! Amorosas sim, obrigado por perguntares. Há outras?

Olha, vou partir do pressuposto de que tudo na vida tem um fim. E refiro-me às relações, sim dessas. Bom, como eu estava a dizer, as relações têm um tempo que é limitado embora variável: 1 minuto, 1 noite, 1 ano, 5 anos, 10 anos... 20 (?)... mais já será demais? Não digo com isto que um casal não possa estar junto muito tempo e até viver bem com isso, se bem que hesito quando penso acerca da verdade dessa relação. Sabes, a linha entre o amor e o hábito é ténue...

O segundo pressuposto, este sim inquestionável é o facto de precisarmos de nos relacionarmos constantemente, de sermos incapazes de estarmos e existirmos sozinhos. Ainda bem que assim é! É sinal de saúde! E mais, isto não implica que não precisemos de saber estar sozinhos de quando em vez, até sabe bem e é também bom indicador dessa mesma sanidade.
Agora, desde o momento em que nascemos até ao que morremos, estamos ávidos de relação. E não é só no humano que é assim. Desde a rola até ao saguim, da sardinha ao escaravelho, todos se relacionam e necessitam dessa relação.

Eis senão quando nos surge o mais grave problema da condição homo sapiens: "se eu preciso disto, e eu sei que isto acaba, o que é que eu vou fazer para contrariar uma ou ambas as premissas anteriores? Grande pincel!"

E não é que evoluímos para nos metermos nesta alhada!? Senão vejamos: primeiro não conseguíamos estar em pé, então desenvolvemo-nos para sermos erectus, assim podemos ter os braços livres para abraçar - tudo bem; depois precisámos de nos tornar habilis e construímos instrumentos, coisas, que permitiram que o outro se aproximasse mais de nós – super fixe! Mesmo assim não foi suficiente. Precisámos de mais, de sermos “sapiens”, espertalhões, para encontramos estratégias que fizessem com que os outros gostassem ainda mais de nós, com que não se afastassem de nós. E claro, inventámos truques, estratagemas e manigâncias. Como é óbvio, complicámos tudo.

A maior parte de nós não sabe disto, ou então já se esqueceu. Mas é só preciso gostar, sentir e deixar que gostem de nós. O Homem tem medo! Tem medo de gostar de mais e que gostem de menos. Tem medo de gostar de menos e depois tem culpa, tem medo porque tem medo e enlouquece porque os outros não gostam dele! Tudo muito complicado. Tudo muito muito! É preciso sair do buraco em que vivemos, sair do mundo em que não nos sabemos relacionar. Voltar ao tempo em que sabíamos brincar, sabíamos estar com o outro sem complicar. Só porque é demasiado bom “estar com”. Ter no amor, na paixão, na cumplicidade, na verdade, na partilha, na empatia, na adaptação e descoberta mútua os ingredientes de uma iguaria que se come a dois. Urge voltarmos a ser pequenos – sim, porque os pequenos sabem como se faz – para sermos mesmo sabendo que cada espaço de amor tem um fim. Só assim podemos degustar aquele que gosta de nós, que sabe ser, que sabe existir e que quer existir connosco. O máximo de tempo possível.