sexta-feira, 4 de setembro de 2009

From Poccna with Love

De volta de férias, há coisas que têm de ser ditas sobre o maravilhoso mundo que é a Rússia, aliás, sobre a União Soviética de uma forma geral.

Em primeiro lugar para os Russos, a Estónia, a Letónia e a Lituânia não existem. Ou melhor, existem tal como o Algarve, a Beira Baixa e o Douro Litoral existem para os portugueses. A prova disso mesmo é a tentativa de trocar dinheiro Lituano no banco central de S. Petersburgo. A reacção é a seguinte (isto dito em Russo): "Ah ah, que engraçado. Aqui não se trocam notas do monopólio. Eu sei que nessa região eles têm essas notas de brincar e fingem que valem alguma coisa. Compram e vendem objectos e bens com isso mas na verdade não vale. É de brincar. A moeda de lá é o Rublo, como aqui."

Por seu turno, os bálticos, nome que eles odeiam que lhes chamem, fingem que a Rússia não existe. E não existirá tão cedo.

Outra coisa gira acerca dos Russos é o facto de não saberem falar nada que não seja a lingua que as suas mães lhes ensinaram. Isto é deveras caricato dado que os Russos, quando não têm nada para fazer, adoram falar com os estrangeiros... em russo. Depois os estrangeiros dizem que não percebem. Depois os russos pensam um pouco tentando lembrar-se de como se diz noutra língua e o que é que fazem? Continuam a falar em russo: "Não me expressei muito bem, vou tentar de novo mudando a ordem das palavras e assim já me vão entender". E passam horas nisto, como se por magia o estrangeiro fosse abençoado com o condão do cirilico e passasse a perceber toda e qualque frase dita na língua dos russos.

Os russos gostam muito de igrejas e coleccionam-nas como se fossem caricas ou cromos de futebol. Os bálticos também e têm muitas para a troca.

Os lençois das camas dos russos e dos bálticos são sempre mais pequenos do que os colchões. Isto explica-se porque eles acham que as pessoas devem todas partilhar tudo, como está escrito nos anais do socialismo leninista, nomeadamente os seus piolhos ou os seus chulés, consoante a parte da cama que fica sem lençol, situação que os russos permitem que fique ao critério de cada um.

Na Rússia e nos Bálticos as pessoas casam-se todos os dias e todas ao mesmo tempo. Em vez de irem para um sitio fazer o copo de água andam pela rua/campo/centros comerciais/piscinas municipais/becos a tirar fotografias com uma série de gente atrás. Leva saquinhos com sandes de queijo e garrafas de espumante, para quando der a larica. Eu quando me casar vou fazer o mesmo. E vou tirar fotos para Belém, para o Vasco da Gama e também uma ou outra no Martim Moniz.

Os bálticos odeiam os russos, já disse, mas amam os americanos. Como tal comportam-se e vivem como eles. Constroem as suas cidades como se estivessem no Alabama ou no Kentucky. Tocam banjo e dizem M'darling.

Ranking das capitais:

1º - S. Petersburgo (não é capital, mas devia ser) - Impressionante e majestosa, mas o Hermitage não é melhor que o Louvre.
2º - Vilnius - Paris do Báltico
3º - Riga - Amsterdão do Báltico
4º - Tallin - O castelo do He-man featuring casa de campo da Barbie do Báltico
5º - A Nova Jersey do Oriente - É uma vergonha de cidade mas tem um granda metro.


Prometi a um russo que encontrei no combóio, o qual tinha uma arma no bolso, que diria aos meus amigos que os russos eram boas pessoas. A melhor maneira de o fazer é aqui. Realmente é verdade. Os russos têm muito má fama pelo ocidente mas a verdade é que a grande maioria dos que conheci eram realmente individuos de boa índole. Não são simpáticos, é um facto. Parece que nos estão sempre a ralhar. Mas não são maus tipos. Muito pelo contrário. Mesmo com armas no bolso...

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