sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Miguel no país da estupidez 4 1/2

Uma das minhas actividades predilectas é sem dúvida aquilo a que comummente chamamos de tratar de uns assuntos. Estou obviamente a referir-me às espectaculares idas às finanças. Note-se ainda que qualquer ida a esse local mágico, só fica completa se for seguida de uma maravilhosa entrada no mundo da Segurança Social. Ir às finanças sem depois ir à segurança social é como ir ao Estádio da Luz sair ao intervalo quando estava 0-0 e não ver os 5 golos que se marcam no segundo tempo - nomeadamente com golos do David Luiz, Cardozo (2), Maxi Pereira e Ramires - coisa que nunca me aconteceu, mas que posso imaginar...


Foi assim que aconteceu:

Chegado às finanças deparo-me com esse ícone da tecnologia e da complexidade, a máquina das senhas. Tirei logo a do IRS, a do IVA e a da Secretaria. Tirei também a da flatulência pois tinha comido coisas pesadas. Ora fiquei a aguardar alguns minutos e eis que me chamam da Tesouraria:
- Queria comprar o livro de recibos
- Tem actividade aberta?
- Vim abrir agora, estou à espera que me chamem desta senha... (IVA ou IRS)
- Ah, então tem de esperar que o chamem e depois vem cá...
- Hum... ok. Então e em qual delas é que posso abrir actividade, tirei ambas porque não sabia ao certo.
- Tanto faz! Para abrir actividade pode ser em qualquer balcão...

Ok, o senhor amavelmente informa-me que qualquer balcão daquela repartição das finanças me pode tratar do assunto principal, excepto aquele mesmo onde me encontrava para tratar do assunto secundário, que depende do assunto principal. No fundo eu acho que onde quer que eu fosse perguntar o que quer que seja a resposta seria esta:
- Qualquer um de nós te podia tratar de tudo, mas temos uma regra que diz que todas as pessoas que aqui vêm têm de passar sempre por dois funcionários. É só porque temos um enquete acerca da pessoa mais feia do dia, e para isso precisamos sempre de dois júris, para não enviesar...
- Certo. Espero ganhar!


Pronto. Lá esperei mais um pouco e fui para onde me chamaram primeiro. O IRS:
- Bom dia queria abrir actividade.
- Isso não é aqui!
Por segundos senti raiva...
- Mas eu posso tratar-lhe disso. (lá está, o primeiro senhor tinha razão)

Lá tratámos das coisas e às tantas pergunto-lhe qualquer coisa acerca dos meus descontos, informando-o de que já tinha pedido esclarecimentos mas que a pessoa que mos forneceu não tinha sido clara. O senhor responde o seguinte:
- Sabe que as mulheres não são muito boas a esclarecer e a explicar.
- Pois... (medo)
Ora, eu nunca referi que tinha falado anteriormente com uma mulher nem sequer tenho nada a ver com a relação do senhor com as mulheres. Não quero saber...

Lá voltei ao primeiro tipo, comprei os recibos, perguntei se estava bem classificado no cliente mais feio do dia e segui alegremente para a Segurança Social...

(to be continued)

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