(continuação)
Cheguei à Segurança Social, aquele maravilhoso edifício que elimina logo uma série de potenciais utentes, devido à complexidade de portas automáticas, corredores labiríntico.
Dirijo-me ao balcão dos trabalhadores independentes onde existe uma funcionária na triagem. A função da senhora da triagem é a seguinte:
- É trabalhador independente?
- Sim
(tira uma senha da máquina das senhas dos trabalhadores independentes a qual só tem este botão e está no balcão com a mesma designação) - Tem aqui a senha, é só aguardar o número.
Muito bem. Existe uma profissão no nosso país que consiste em fazer uma pergunta e carregar num botão. Acho que a do Homer Simpson era mais complexa... Mas no meu caso a história passou-se de forma um pouco diferente:
- É trabalhador independente?
- Sim
(tira a senha) - Tem aqui a senha, é só aguardar o número.
- A máquina que diz os números não está a funcionar, sabe em que número vai?
- Não faço ideia.
Bom, esta senhora que tem esta profissão complexa é incapaz de decorar um número que ouviu certamente há 3 segundos atrás. Deve estar cansada...
Lá fiquei à espera e percebi que tão cedo não me ia despachar. Resolvo ir à secretaria pedir uma informação. Chego ao balcão e digo:
- Queria uma informação
Ao que a senhora responde amavelmente:
- Ainda não temos maneira de saber os dados das pessoas só por olhar para a cara delas. Sem o número da Segurança Social não posso fazer nada!
A sensação que me deu foi que saltámos uma série de passos na nossa conversa até ao ponto em que ela me responde isto. A conversa devia ter sido:
- Queria uma informação
- Sabe o seu número da Segurança Social?
- Ah, que chatice. Não trouxe! Raios!
- Ainda não temos maneira de saber os dados das pessoas só por olhar para a cara delas. Sem o número da Segurança Social não posso fazer nada!
Agora sim faz sentido! Lá lhe disse o número e ela manda-me ir ao sítio de onde tinha vindo pedir essa informação.
Voltei lá, perguntei o que tinha de perguntar. Preenchi uma série de impressos e eis que ela me pede um papel que supostamente eu tinha de ter quando faço as declarações nas finanças:
- Não tem este papel?
- Não, eu faço a declaração electrónica. Não preencho impressos... É tudo pela internet... E agora? Há alternativa?
- Ah, então não dá. Só tendo este papel.
VIVA A REVOLUÇÃO TECNOLÓGICA!!!
Adorei este dia. Ainda fui ao Centro de Saúde por causa da Gripe A... mas isso é uma outra história...
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
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