Começo este post com um pouco de humor misturado com um recalcado. Quando tinha à volta de 7 anos, estava em casa da senhora que me ia buscar à escola e a quem eu fazia a vida negra. Esta senhora criava coelhos e patos no telhado do prédio (estamos a falar no telhado de um 6º andar) e de vez em quando esfolava-os à nossa frente. Devia ser porque nos moldava o carácter. Esta senhora tinha um filho na tropa que coleccionava carrinhos de brincar. Grande parte da sua colecção era constituida por carros velhos que eu deitava no lixo e ele ia recolher.
Bom mas não era isto que eu queria dizer. Certa tarde esta senhora já não me podia aturar e pôs-me de castigo sentado no sofá da sala a ver TV. A certa altura deu um anúncio de livros da Editora CAMINHO, no qual o senhor dizia essa mesma palavra, a qual eu repetido protagonizando com os dedos das mãos passos a percorrer o dito caminho. Levei uma lambadona sem saber ler nem escrever.
Mas também não era isto que eu ia falar. Ia falar de passos e de caminhos.
Desde que nascemos, aliás desde que começamos a andar, escolhemos as direcções que queremos seguir e os caminhos que nos levam aos destinos. Umas vezes os caminhos são acidentados ou os passos são em falso e as coisas correm mal. Também podemos escolher caminhos conhecidos, ir sempre pelas pedras que conhecemos com o destino sempre no horizonte. É mais seguro, sim, mas saberá ao mesmo?
Os passos que eu dou, quero-os firmes e seguros, quero chegar são e salvo aos objectivos, contruidos a dois. Mas por vezes não posso evitar dar passos em falso ou escolher caminhos fechados, escuros ou perigosos. Às vezes é preciso saber arriscar para que se possa chegar a um futuro que se quer, sempre e sempre, caminhante a dois.
sexta-feira, 20 de agosto de 2010
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
portinhas
nascer gatinhar andar. Correr depressa e devagar. Divagar, sonhar, voar. Cair levantar, cair levantar, cair levantar. Lenvant aste-me, deste-me, fizeste-me. Somos, temos e queremos. respirar, inspirar expirar, inspirar expirar, inspirar expirar. Tentemos! nascer gatinhar andar... sorrir, amar, viver.
quinta-feira, 5 de agosto de 2010
Só perdem as que caem no chão
Há pouca gente que concorda com o que vou dizer, geralmente só psicólogos armados em bonzinhos e outros profissionais reles do tipo dos acima mensionados.
Estávamos no outro dia a falar do castigo às crianças e consequentemente da palmada. Claro que o cliché "palmada na altura certa" veio à baila. O que é isto da altura certa para bater? Será que a altura certa é 1,70m ou 2,34m? Ou é uma questão temporal? E nesse caso a altura certa no período da manhã? Também pode acontecer que altura certa para bater seja num horário especifico tipo funcionário público: das 10 às 13 e das 14 às 17, de segunda a sexta.
Se calhar a altura certa é um mito urbano para os pais justificarem que de vez em quando possam molhar a sopa nos filhos quando não têm mais paciência. Mas haverá justificação para que o façam? A maior parte das pessoas acha que sim. Mas eu acho que não, só porque sim. Aliás não é só porque sim, mas podia ser. Assim sendo, as razões pelas quais eu acho que não É:
- A relação pais-filhos deverá ser da ordem do amor e o bater não o é. É da ordem da agressão e da violoência.
- A relação entre o adulto e a criança é sempre desigual e o primeiro é, supostamente, mais competente. Ao bater numa criança o adulto assume que esgotou todos os seus meios para resolver a situação de outro modo, quando os seus recursos em termos de diálogo e compreensão são muito superiores aos da criança. Se o adulto se esgotou, o que dizer da criança?
- O bater surge quando o limiar de paciência do adulto se esgota e não necessariamente porque a criança o merece (será que alguma vez alguma criança merece apanhar?). Será que o a tolerância do adulto é sempre igual? Isto é, não será possível que a criança hoje apanhe porque foi avisada 3 vezes, mas amanhã apanha logo que faz um disparate?
- E será que ela percebe porque apanhou, quando nem o adulto consegue explicar porque não quer um determinado comportamento?
- Por outro lado a punição, a existir e para que seja compreendida pela criança deverá estar associada a um sentimento de justiça. O bater nunca tem este caráter pois a criança é magoada indiscriminadamente sem ter a sensação de ter magoado o outro.
- O bater é ilógico e animal. O ser humano pode e deve ter muitos mais recursos para poder resolver as coisas de outra forma.
- Porque é que a palmada na altura certa é aceite de uma forma geral por toda a gente e quando é um adulto a bater noutro (geralmente um homem a bater numa mulher) há imediatamente uma mobilização e o choque? Será assim tão diferente? Claro que sim! É ainda mais grave!
A alternativa não é muito fácil, obviamente, mas a punição física não faz sentido. Há uma série de alternativas que implicam paciência, tempo e amor. Não é fácil, claro. Mas ninguém disse que ter filhos o era.
Estávamos no outro dia a falar do castigo às crianças e consequentemente da palmada. Claro que o cliché "palmada na altura certa" veio à baila. O que é isto da altura certa para bater? Será que a altura certa é 1,70m ou 2,34m? Ou é uma questão temporal? E nesse caso a altura certa no período da manhã? Também pode acontecer que altura certa para bater seja num horário especifico tipo funcionário público: das 10 às 13 e das 14 às 17, de segunda a sexta.
Se calhar a altura certa é um mito urbano para os pais justificarem que de vez em quando possam molhar a sopa nos filhos quando não têm mais paciência. Mas haverá justificação para que o façam? A maior parte das pessoas acha que sim. Mas eu acho que não, só porque sim. Aliás não é só porque sim, mas podia ser. Assim sendo, as razões pelas quais eu acho que não É:
- A relação pais-filhos deverá ser da ordem do amor e o bater não o é. É da ordem da agressão e da violoência.
- A relação entre o adulto e a criança é sempre desigual e o primeiro é, supostamente, mais competente. Ao bater numa criança o adulto assume que esgotou todos os seus meios para resolver a situação de outro modo, quando os seus recursos em termos de diálogo e compreensão são muito superiores aos da criança. Se o adulto se esgotou, o que dizer da criança?
- O bater surge quando o limiar de paciência do adulto se esgota e não necessariamente porque a criança o merece (será que alguma vez alguma criança merece apanhar?). Será que o a tolerância do adulto é sempre igual? Isto é, não será possível que a criança hoje apanhe porque foi avisada 3 vezes, mas amanhã apanha logo que faz um disparate?
- E será que ela percebe porque apanhou, quando nem o adulto consegue explicar porque não quer um determinado comportamento?
- Por outro lado a punição, a existir e para que seja compreendida pela criança deverá estar associada a um sentimento de justiça. O bater nunca tem este caráter pois a criança é magoada indiscriminadamente sem ter a sensação de ter magoado o outro.
- O bater é ilógico e animal. O ser humano pode e deve ter muitos mais recursos para poder resolver as coisas de outra forma.
- Porque é que a palmada na altura certa é aceite de uma forma geral por toda a gente e quando é um adulto a bater noutro (geralmente um homem a bater numa mulher) há imediatamente uma mobilização e o choque? Será assim tão diferente? Claro que sim! É ainda mais grave!
A alternativa não é muito fácil, obviamente, mas a punição física não faz sentido. Há uma série de alternativas que implicam paciência, tempo e amor. Não é fácil, claro. Mas ninguém disse que ter filhos o era.
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