domingo, 19 de julho de 2009

Cantiga de amor ou Katinga de amigo? 6

A versão que conhecia desta música era cantada pelo Caetano Veloso. Não aprecio especialmente o individuo, nem a irmã. Até porque, juntos, conseguem dar um dos maiores desgostos que uma mãe pode ter. Sinto muito Dona Canô. Por isso pus o Chico a cantá-la. Prefiro.

Antagonizemos os verbos para fazer sentido na nossa vida.




A perda tem destas coisas, o vazio que as Ritas que passam pelas nossas vidas deixam quando deixam de passar, torna-se de tal forma insuportável que os génios das mais variadas artes se vêem obrigados a partilhar a dor com o mundo. Mesmo que o mundo não perceba, há sempre um momento de alívio em que nos sentimos minimamente bem por saber que contámos, à nossa maneira, aquilo que sentimos. E o vazio preenche-se um bocadinho.

O que eu acho estranho - não acho, mas apetece-me começar assim a frase - é que a maioria destes mesmos génios partilhem muito mais a tristeza da perda do que a alegria do reencontro. Como se o fado português fosse artisticamente universal. Ou como se egoísticamente apenas necessitássemos de partilhar as dores e não os sabores. É justo, embora pouco compreensível. É aceitável, é da nossa condição. Estamos inatamente despertos para a desgraça. É a vida... ou não.

Eu proponho a mudança do paradigma. Cantemos às chegadas e não às partidas. Apesar das canções serem incomparavelmente mais bonitas.

E como se diz quando alguém chega: bem vinda!

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