A sugestão é um pedaço de areia entre Tróia e a Comporta, para se ter uma praia sublime sem se ter que dividir o metro quadrado com famílias com três ou quatro gerações aos gritos. Indo de Ferry é mais giro porque há ciganos que vendem óculos escuros enquanto esperamos pelo barco. Os ciganos são engraçados. Primeiro porque chamam amarelo ao cor de laranja, segundo, porque é impossível não comprar coisas independentemente do preço ou do objecto em si. Potencialmente é possível comprar o mesmo objecto a vários ciganos diferentes e a preços diversos. Mas o importante é chegar à praia, o resto é apenas o bónus.
Para contextualizar vou contar a lenda de Tróia.
Há uns anos atrás, por volta dos anos 30, havia em Setúbal uma senhora que se chamava Lena, Lenita. Não era nem gira nem feia, mas era boa de corpo. Era parteira e de vez em quando tecedeira de anjos, embora não se tenha a certeza deste facto. Um dia, um tipo chamado Pires, conheceu a Lenita. Passou-se numa matiné dançante onde o gajo pediu que ela dançasse com ele. Ela quis porque o Pires, apesar de já ser meio entradote, tinha boas posses. No entanto, e aqui é que o caldo azedou, a Lenita já andava enrolada com o Manolo que não achou piada àquilo. Eis senão quando o Manolo manda uns tipos que conhecia darem um tratamento ao Pires, entre eles o Arnaldo, um tipo africano, que trabalhava como porteiro numa boate e que estava sempre pronto para molhar a sopa, fosse em que fosse. É bom de ver que o Pires teve que se pôr na alheta com a Lenita, que ia apanhar uns sopapos também, se o Arnaldo lhe deitasse a unha. Pediram a um pescador que os levasse até Tróia, no outro lado do rio Sado. O Arnaldo e os outros ainda foram atrás deles, mas eram tão drogados que se deixaram enganar por um dealer que lhes vendeu droga martelada. Ficaram completamente grogs com aquele cavalo que não conseguiram perseguir ninguém, aliás o Arnaldo chegou a cair do cais do porto e a partir o calcanhar em três sítios diferentes. Foi aqui que se formou a também famosa lenda do Cavalo de Tróia.
Bom, o que é certo é que o Pires comprou uns terrenos e construiu uns prédios. Fundou uma empresa chamada Torralta e meteu tudo em nome da tipa. Claro que ela fez com que a morte do Pires parecesse um acidente e ficou com todo o império, ficando conhecida desde então como a Lena de Tróia. Reza a lenda que a Lenita ainda se casou umas quantas vezes com uns rapazes pouco certos, bem mais novos que ela, mas que nunca deixou que fizessem dela parva. Com a Lena de Tróia ninguém fez farinha e ela viveu feliz durante uns bons tempos.
segunda-feira, 6 de julho de 2009
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É importante referir que, caso n se encontre a praia desejada, é sempre possível parar o carro na berma da estrada, onde haja já 1 ou 2 carros estacionados, e entrar duna'dentro - quando esta acabar, encontramos certamente mar ou rio (mas cuidado com os mosquitos).
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