segunda-feira, 27 de abril de 2009

Tinha pensado num título óptimo para este post quando estava na ponte mas esqueci-me

No outro dia estava a falar com a Maria Inês e ela quase que me enganou. Dei por mim a pensar em destino, almas gémeas e encarnação. Que ridículo! Não, não minha menina. Palhaçadas é no circo e nas paróquias de cada um de nós...

Eis o que se passou durante e depois da conversa que tivemos:

Falámos do passado e do presente e como o nosso passado traz sempre coisas vivas ao nosso presente mesmo quando estamos 5 anos sem nos vermos e sem falarmos. Não falo de coisas do foro amoroso. Ambos já ultrapassamos essa fase das nossas vidas púberes e temos nada mais nada menos que uma amizade como se calhar poucas pessoas têm Aliás o facto de termos andado duas vezes com resultados desastrosos diz muita coisa.
A questão que ambos levantámos foi: mas de que raio se alimenta esta amizade? Por que é que falamos um no outro com frequência com outras pessoas,com os nossos namorados e amigos não comuns. É certo que a resposta é óbvia. Temos uma relação de amizade ímpar, afinidades fora do comum e coincidências que nunca mais acabam. Agora a história das almas gémeas?? Pelo amor da santa. E eu ia caindo nessa coisa. Acreditava muito mais que éramos gémeos separados à nascença eventualmente siameses. E sim eu fiquei com mais partes que tu pois com esse metro e meio não te devem ter dado grande coisa.

Almas gémeas não, de todo! Não vivemos muita coisa juntos. Pelo menos não vivemos uma grande quantidade de coisas juntos, mas se calhar vivemos com intensidade. Percebemo-nos demasiado bem e não sei ao certo como é que isso acontece. O que é certo é que acontece. Eu podia ser teu terapeuta com excelentes resultados e vice-versa. Falamos a mesma língua apesar de falarmos pouco.

Esta é a verdade das relações. Ao longo do tempo encontramos pessoas que nos tocam de forma única. Marcam! Ao longo da vida podemos encontrar várias assim. Aquilo que somos, como nos relacionamos e as nossas mudanças pessoais permitem-nos que nos deixemos marcar por uma ou outra pessoa. Com algumas delas namoramos ou "casamos" durante o tempo que nos é humanamente "casar" (termo Miguelês para relação relativamente longa) porque todas têm um fim. Com outras construímos uma amizade de tal ordem - como as verdadeiras relações terapêuticas - que ficam para sempre ou quase sempre, mesmo que se acendam quase nunca. Tu chamaste-lhes almas gémeas ou reencarnação de vidas passadas. O ridículo da coisa não me deixa aceitar. Mas mais uma vez, percebi exactamente o que quiseste dizer com isto.

Acho que tenho outras como esta. Espero fazer outras como esta. Mas nunca me vou esquecer desta.

1 comentário:

  1. Bolas :| eu não diria melhor...aliás diria igual, mas com outros "acreditares" porque há coisas que nos transcendem e não temos de saber explicar tudo :) mas está perfeito como está. Beijinhos e continua a tentar explicar o inexplicável:) Ps.vou resistir à provocação da "maria inês" :P

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